quinta-feira, 10 de abril de 2014

A Lendária Atenas



Grécia: situada no extremo sul dos Bálcãs, no sudeste da Europa, a Grécia abrange a península montanhosa do Peloponeso e milhares de ilhas nos mares Egeu e Jônico. Berço da civilização ocidental, da filosofia, da literatura, da dramaturgia e da idéia moderna de democracia, o país possui mais monumentos da Antiguidade que qualquer outra nação européia. Vários são os patrimônios da humanidade, como o Sítio Arqueológico de Olímpia, onde nasceram os Jogos Olímpicos, o Oráculo de Delfos, local de culto do deus Apolo, e a Acrópole, em Atenas. A riqueza histórica grega, aliada às praias de águas claras, atrai milhares de visitantes, o que faz do turismo uma das principais fontes de receita do país. Nas montanhas, de solo pobre e rochoso, predominam plantações de uva e azeitona. A economia, porém, é fortemente castigada pela crise econômica do endividamento público a partir de 2008.

Dados gerais

Geografia - Área: 131.957km2. Hora Local: +5h. Clima: mediterrâneo. Capital: Atenas. Cidades: Atenas (745.514), Salônica (363.987), Pireu (175.697), Patras (163.446), Héraclion (137.711). População: 11,1 milhões. Nacionalidade: Grega. Composição: gregos 98%, outros 2%. Idioma: grego (oficial). Religião: Cristianismo 94,7%, outras 34,%,sem religião e ateísmo 1,9%. Governo: República Parlamentarista. Divisão Administrativa: 13 regiões. Presidente: Karolos Papoulias. Primeiro-Ministro: Antonis Samara.. Partidos: Nova Democracia (ND), Movimento Socialista Pan-Helênico (Pasok). Legislativo: Unicameral - Parlamento, com 300 membros. Constituição: 1975. Economia - Moeda: Euro. PIB: US$ 172,2 bilhões. Força de Trabalho: 4,8 milhões.


Atenas

A Grécia antiga começava no sul do Monte Olimpo, ao sul dos Balcãs. O Golfo de Corinto corta ao meio o território, que se assemelha a uma mão aberta no Mar Mediterrâneo. Ao norte do Golfo, fica a Grécia Continental; ao sul, a Grécia Peninsular, formada pelas ilhas do Mar Egeu. A Grécia Continental é montanhosa, com planícies férteis isoladas. O relevo explica o surgimento de Estados locais, pois as comunicações eram difíceis. Já na Grécia Peninsular, de litoral recortado por golfos e baías, navega-se facilmente de um ponto a outro da costa. Na Grécia Insular, as numerosas ilhas permitiam a navegação com terra sempre à vista, o que era fundamental numa época de técnica naval precária. Esses condicionamentos geográficos explicam a tendência grega de integração com o exterior, mais do que com o interior.

Surgimento da Democracia 

Desde o século VII a. C. Atenas conheceu grande desenvolvimento econômico, ampliando suas relações comerciais a partir do Porto do Pireu, e a escravidão na produção agrícola. Neste período, ainda governada pela aristocracia hereditária (eupátrias), Atenas vivia o surgimento de uma classe de grande poder, tanto econômico quanto político, os comerciantes. Como consequência a luta de classes tornou-se mais acirrada, Solon durante a primeira parte do século VI a.C. fez reformas constitucionais que lançaram o alicerce para um governo democrático.

A importância da legislação de Sólon está em que promoveu reformas sem ceder ao reacionarismo dos eupátridas nem aos propósitos revolucionários das classes inferiores. Seu objetivo principal foi estabelecer uma justiça correta para todos, isto é, uma justiça baseada na igualdade de todos perante a lei (eunomia). As reformas de Sólon lançaram os fundamentos do futuro regime democrático de Atenas, implantado por Clístenes em 507 a.C.

A manutenção da escravidão na cidade foi fundamental tanto para o desenvolvimento da economia, como para a consolidação da democracia, possibilitando uma situação política mais equilibrada, na medida em que as camadas populares tiveram algumas de suas reivindicações atendidas. Ao preservar o trabalho escravo, a elite econômica tinha grande disponibilidade de seu tempo para participar das Assembléias e das demais atividades políticas.



Imperialismo Ateniense: 

No século V a.C. Atenas se destaca como um estado poderoso, mas ainda sofrendo ameaças dos persas, que tentava restabelecer a tirania. Durante seis anos os persas foram detidos pelas revoltas das cidades gregas na Iônia auxiliadas por Atenas.

Guerras Médicas: (gregos x persas) iniciadas em 490 a. C. teve como impulso disputa sobre a Jônia na Ásia Menor, quando as colônias gregas da região, principalmente Mileto, tentaram livrar-se do domínio persa. A luta pela independência  das cidades jônicas, colônias gregas na Anatólia (região da atual Turquia), que os persas em sua expansão territorial passaram a dominar, comprometendo o comércio grego no Oriente foi a principal causa dessas guerras. A vitória da Grécia garantiu o controle comercial da região, imortalizou seus heróis e estabeleceu ao mundo o modelo ocidental de se fazer a guerra.
*1 ª Guerra Médica, em 490 a.C, e a 2 ª Guerra Médica, entre 480 e 479 a.C.. Mas, como as rivalidades entre gregos e persas só terminaram em 448 a.C., com a Paz de Cálias, alguns estudiosos falam em uma 3 ª Guerra Médica.

Na política, através das reformas constitucionais de Efialtes e Péricles, Atenas atingiu o auge de sua democracia: Governo do povo pelo povo, cargos públicos acessíveis a todos os cidadãos e remuneração dos cidadãos que exercessem cargos públicos para que mesmo os mais pobres pudessem suportar o ônus desses cargos. Foram criados em 501 a.C 10 novos cargos de estratego e a escolha dos arcontes passou a ser mediante sorteio a partir de 487 a.C.. A partir de 458-457 a.C. o arcontado foi aberto a todos os cidadãos, e não apenas aos mais ricos.

A cidade tornou-se líder cultural do mundo antigo, distinguia-se primariamente como o centro da erudição, da literatura e da arte gregas. Tornou-se uma cidade universitária, repleta de mestres, oradores e filósofos, sendo a cidade de filósofos famosos, tais como Sócrates, Platão e Aristóteles. Estabeleceram-se ali quatro escolas filosóficas, a platônica, a peripatética, a epicurista e a estóica, e estas eram cursadas por estudantes de todo o império, nos tempos romanos. 1x1.trans Atenas na Grécia Antiga: Democracia, Política, Economia, Guerra ResumoAlguns dos maiores nomes do mundo viveram nesta região repleta de escritores, pensadores e escultores, entre eles estão: os autores de peças de teatro Ésquilo, Sófocles, Eurípedes e Aristófanes e também os grandes filósofos Platão e Sócrates.. Foi nessa época que se construíram muitos lindos prédios públicos e templos, inclusive o Pártenon (o templo de Atena), e o Erectêion, cujas ruínas ainda podem ser vistas no alto da Acrópole, na Atenas moderna. O Pártenon era considerado o principal monumento arquitetônico da antiga religião pagã e era ornamentado por uma estátua de ouro e marfim, de mais de 9 m de altura, de Atena.

Atenas destacou-se muito pela preocupação com o desenvolvimento artístico e cultural de seu povo, desenvolvendo uma civilização de forte brilho intelectual. Na arquitetura, destacam-se os lindos templos erguidos em homenagens aos deuses, principalmente a deusa Atena (deusa da guerra e sabedoria), protetora da cidade.

A religião (politeísta) era controlada pelo Estado, e este a incentivava por custear os sacrifícios, os ritos e as procissões públicos em honra aos deuses. Podiam-se encontrar ídolos nos templos, nas praças públicas e nas ruas, e as pessoas oravam regularmente aos deuses antes de empenhar-se em suas festas ou simpósios intelectuais, em suas assembleias políticas e em suas competições atléticas. A fim de não ofender a nenhum dos deuses, os atenienses até mesmo construíram altares “A um Deus Desconhecido”.


Entretanto, o imperialismo ateniense ofendeu o sentimento grego de independência das cidades estado e ameaçou a hegemonia comercial de Corinto. Esta cidade comercial por excelência viu seus interesses ameaçados quando Atenas assumiu o controle de Mégara e ocupou Náupactos, no Golfo de Corinto em 459 a.C. e no mesmo ano a guerra entre as duas cidades havia eclodido.

Ficheiro:Map Peloponnesian War 431 BC-pt.svg
Sitiação na Guerra do Peloponeso
Guerra do Peloponeso foi um conflito armado entre Atenas e Esparta, houve a  disputa pela hegemonia política e econômica na regiãode 431 a 404 a.C. De acordo com Tucídides, a razão fundamental da guerra foi o crescimento do poder econômico e político ateniense e o temor que tal despertava entre os espartanos. A cidade de Corinto foi especialmente atuante, pressionando Esparta a fim de que esta declarasse guerra contra Atenas. Guerra do Peloponeso terminou em abril de 404 a.C, após a rendição de Atenas e a conquista espartana em Helesponto. Os espartanos deram suporte a um golpe oligárquico em Atenas, derrubando o sistema democrático e implantando um sistema de governo autoritário conhecido como Tirania dos Trinta.

O Império Ateniense dissolveu-se depois de derrotado pelos espartanos, mas seus conquistadores mostraram consideração pela cidade, por causa da sua cultura, e não a destruíram por completo. O fim da guerra derrubou o poder de Atenas na península e resultou na hegemonia política e economia de Esparta na região, com seu sistema voltado para o fortalecimento militar. Depois das hegemonias espartana e tebana, o mundo grego foi anexado por Filipe II ao reino da Macedônia e, na fase seguinte, ao Império Helênico de Alexandre Magno.

Após seus dias de glória, Atenas continuou a ser próspera e um centro de estudo, até o período tardio do Império Romano. Depois de 529, com a conversão do Império Bizantino ao cristianismo, escolas de filosofia foram fechadas e Atenas acabou se tornando uma cidade provinciana.
Atenas foi combatida pelos bizantinos e cavaleiros franceses/italianos do Império Latino entre os séculos XIII e XV. O Império Otomano tomou o poder da cidade em 1458 e a população começou a diminuir. As condições pioraram quando o Império declinou e a cidade começou a ser destruída pelas diferentes facções que tentavam controlar a cidade entre os séculos XVII, XVIII e XIX.

Hoje em dia, Atenas tem mais de dois milhões e meio de habitantes, e, embora tenha inúmeras construções modernas, continua com suas ruínas que remetem aos memoráveis tempos antigos. A cidade é um dos principais pontos turísticos da Europa.

Aqui deixo um link(clique aqui) para quem tiver mais mais tempo de ler, é um texto bem claro sobre toda história da Grécia.

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